Inside Corner – Um pedaço da Califórnia

O projeto Inside Corner, do escritório Studio Guilherme Bez, traz para a cidade de Florianópolis, em Santa Catarina – a Califórnia brasileira –, um novo conceito de lazer. O espaço é versátil e conta com arte, música, gastronomia e restaurante, boardstore, lojas do ramo e oficina de skate.

Texto: Ana Marquez

“Ele representa um mix de estilos inspirado na Califórnia dos anos 1960, como entretenimento, origem do skate, estilos retrô, industrial e contemporâneo com alguns toques clássicos”, comenta o arquiteto Guilherme Bez.

Inside Corner – Studio Guilherme Bez

O objetivo do escritório foi criar uma proposta inovadora tanto na forma de entretenimento como no design. Para isso, o profissional transformou a edificação existente e inacabada em um complexo que interliga os espaços.

Quebrando paradigmas

A entrada do bar reúne, lado a lado, um sofá clássico modelo capitonê na tonalidade prata, com espaldar alto, uma prancha de surf retrô azul, um quadro de um artista local exposto na parede e um pendente grande amarelo de cordas, suspenso no pé-direito duplo. “O diferencial é o próprio conceito do projeto, que quebra paradigmas ao unir o estilo clássico e sofisticado à cultura e arte de esportes como skate e surf. Os próprios skatistas ficam surpresos e adoram”, conta o arquiteto.

Fachada com estilo industrial

Alvenaria, paredes em cimento queimado e tijolinho preto à vista compõem os principais materiais para a concepção da fachada. Além disso, o escritório utilizou muito vidro para dar transparência ao ambiente. Esses materiais foram escolhidos para compor o estilo industrial e brutalista dos padrões das pistas de skate, tradicionalmente construídas em concreto.

Na fachada o projeto de paisagismo se destaca. “A área verde foi desenhada com triângulos ajardinados de palmeiras, dando movimento. O fumódromo conta com paisagismo orgânico e, no lugar de um simples muro de alvenaria, há divisórias de dormentes”, relata.

Iluminação indireta

O escritório utilizou iluminação indireta trazendo luz cênica em tons âmbar e branco quente, com sistema dimerizado. “Optei por vários tipos de iluminação, como luminoso frontal em preto recortado a laser para a logomarca. Luz embutida de LED nos móveis iluminam roupas e acessórios. Spots foram embutidos no rasgo preto do gesso do bar e no hall. Já os balizadores de bola leitosa estão presentes no perímetro do Skate Park. Um grande pendente de cordas, na cor amarela, destaca-se no primeiro pavimento, podendo ser visto do lado de fora. Outros itens em evidência são os pendentes branco e dourado no terraço, na tonalidade âmbar, presente nos pilares pretos de tijolinho”, explica Guilherme.

Continuidade e movimento

Por trabalhar com o atrativo principal, que é a pista de skate e os skatistas, o arquiteto optou por dar continuidade e movimento ao espaço. A interligação dos ambientes é em fluxo contínuo.

“Para trazer arte, cor e cultura para o espaço, usamos grafites, telas e fotos de artistas locais, e isso é algo que será sempre renovado, pois, a cada três meses, as artes serão mudadas, e novos artistas ou fotógrafos virão colaborar com o espaço, trazendo cultura diversificada para o público”.

Acessibilidade

Uma preocupação dos arquitetos relaciona-se com a questão da acessibilidade para cadeirantes, havendo instalação de rampas em todas as áreas e nos banheiros, projetados com este fim. Até mesmo a pista de skate conta com bancada especial para cadeirantes. A ideia dos proprietários é promover campeonatos de cadeira de rodas. Além disso, o espaço é equipado com placas de sinalização tátil para deficientes visuais.

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